Crise financeira não vai prejudicar crescimento da economia, na opinião de 56% dos participantes de congresso da BM&F

DE SÃO PAULO

Pesquisa realizada durante o 3º Congresso Internacional de Derivativos e Mercado Financeiro da BM&F, em Campos do Jordão, mostra a opinião de lideranças do setor financeiro nacional presentes ao evento sobre a crise financeira iniciada no final de julho. Os participantes do Congresso também opinaram a respeito do governo Lula, de um modo geral, e em relação à política econômica.

Para 56% dos entrevistados a crise financeira não vai prejudicar o crescimento da economia brasileira neste ano. Na opinião de 44% ela vai prejudicar: 41% acham que vai prejudicar um pouco e 3% opinam que o prejuízo será grande.

Segundo 52% o pior da crise financeira iniciada no final de julho não passou ainda. Para 44% ela já passou.

Se dizem um pouco preocupados com a atual crise no mercado imobiliário americano 63%. Afirmam estar muito preocupados 26% e nada preocupados com essa crise 11%.

A maioria acha que é necessário aumentar a regulação dos mercados financeiros. A taxa dos que são favoráveis a uma maior regulação chega a 81%, dos quais 46% acham esse aumento muito necessário e 35% opinam que ele é um pouco necessário. Apenas 18% acham que não há necessidade de regulação dos mercados financeiros.

Ações são o investimento mais recomendado pelos entrevistados, em médio e longo prazos, depois de superada a crise financeira. De seis opções apresentadas aos entrevistados, essa foi a escolha de 47%. Vêm a seguir mix de Bolsa e renda fixa, com predominância de ações (18%), fundos multimercados (14%), mix de Bolsa e renda fixa, com predominância de renda fixa (13%) e renda fixa (7%).

Quando se trata do investimento que os entrevistados escolhem para investir seu dinheiro pessoal, as ações, citadas por 39%, empatam com os fundos de renda fixa, opção de 40%.

Para 70% o mercado financeiro sairá da atual crise mais fortalecido. Para um quinto (21%) ele sairá da crise mudado e apenas 7% acham que ele sairá enfraquecido.

A tendência de crescimento do mercado de capitais não será afetada pela crise na opinião de 69%. Para um terço (30%) essa tendência será afetada pela crise.

Apesar de mal avaliado, de modo geral, governo é aprovado na condução da política econômica

A maior parte dos presentes ao Congresso entrevistados pelo Datafolha reprova o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando se trata de uma avaliação do desempenho do presidente de um modo geral. Para 39% Lula está fazendo um governo ruim ou péssimo e 50% acham que ele vem tendo um desempenho regular. Apenas 10% avaliam o governo Lula como ótimo ou bom.

No que se refere à condução da política econômica do governo, por outro lado, 47% acham que o governo Lula vem sendo ótimo ou bom. Para 34% o desempenho do governo quanto à política econômica vem sendo regular e 17% consideram-no ruim ou péssimo.

A maioria (61%) é favorável a que o Banco Central, em sua próxima reunião, em setembro, reduza a taxa Selic. Dos que acham que o BC deveria reduzir a taxa, 74% acham que o corte deveria ser de 0,25 ponto percentual e 24% defendem uma redução de 0,5. Para 36% o Banco Central deveria manter a taxa Selic inalterada.

Quando indagados sobre o que vai acontecer de fato na reunião do Copom, 54% acham que o Banco Central vai diminuir a taxa Selic e 43% acreditam que não haverá alteração. Para 90% dos que acreditam na diminuição da taxa essa redução será de 0,25 ponto percentual. Apenas 1% acha que o BC vai aumentar a taxa Selic.

A maioria dos entrevistados acredita que a cotação do dólar no final do ano não ultrapassará os R$ 2,00. Para 48% a moeda norte-americana estará custando entre R$ 1,91 e R$ 2,00 e na opinião de 24% ela será cotada entre R$ 1,80 e R$ 1,90. Acreditam em uma cotação, para o final deste ano, entre R$ 2,01 e R$ 2,10 23%.

Foram entrevistados 270 participantes do Congresso Internacional de Derivativos e Mercado Financeiro da BM&F, nos dias 23 e 24 de agosto de 2007. A margem de erro máxima, para o universo estudado, de 846 participantes, é de 5 pontos percentuais, para mais ou para menos.

São Paulo, 24 de agosto de 2007