Para 45% dos paulistanos, imagem dos EUA mudou para pior após os atentados

DE SÃO PAULO

18% passaram a valorizar mais o Brasil

Para 45% dos paulistanos a imagem dos EUA mudou para pior após os atentados terroristas do dia 11 de setembro, revela pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 29 e 30 de outubro. Para apenas 2% a mudança foi para melhor; para 51% não houve mudança.

Foram entrevistados 1003 moradores da cidade de São Paulo e a margem de erro é de, no máximo, três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Segundo 26% dos que afirmam que a imagem que tinham dos EUA mudou para pior a razão para a mudança deve-se ao fato de que os atentados mostraram a vulnerabilidade do país quanto à segurança. Percebe-se que essa resposta fica acima da média entre os paulistanos que têm renda familiar mensal superior a 20 salários mínimos (atinge 51% nesse segmento), entre os que têm nível superior de escolaridade (38%) e os que fazem parte das classes A e B (36%).

Para 13% a imagem dos EUA ficou pior porque civis e inocentes estão sendo atacados durante a represália aos atentados. Dizem ter medo dos EUA, ou de ir para o país, 10%; afirmam que a imagem dos EUA mudou para pior por causa da guerra 9%, mesmo percentual dos que dizem que os norte-americanos querem mandar no mundo, são arrogantes e orgulhosos.

Segundo 8% a imagem dos EUA tornou-se pior por causa dos atentados terroristas, percentual idêntico ao dos que dizem que essa mudança ocorreu em virtude dos norte-americanos estarem respondendo aos ataques com guerra.

Entre os que dizem que a imagem dos EUA mudou para melhor as razões mais citadas para essa mudança foram o fato de se tratar de um país unido (19%), a opinião de que os norte-americanos estão atacando porque foram atacados primeiro, a ideia de que eles foram pacientes e esperaram o momento certo para atacar (11% em cada um dos casos), ou ainda que eles estão ajudando o povo afegão com alimentos e medicamentos (7%).

Por outro lado, para a grande maioria (81%) dos entrevistados a imagem do Brasil não mudou após os atentados terroristas. Segundo 18% a imagem do Brasil mudou: para 11% mudou para melhor e para 7% para pior.

Já para aqueles que dizem que a imagem que têm do Brasil mudou para pior as razões mais citadas para isso são o fato de que o país ficou inseguro, com medo de ter que ir para a guerra (razão apontada por 27%) e que a inflação aumentou (motivo mencionado por 20%). Entre outros motivos apontados pelos entrevistados sobressaem-se o fato do Brasil apoiar os norte-americanos na guerra contra o terrorismo (13%), a queda de exportação de produtos para os EUA (8%) e o aumento do desemprego (7%).

Segundo a maioria (75%) daqueles para quem a imagem do Brasil mudou para melhor após os atentados isso se deve ao fato de que não há guerra no país. Justificam essa mudança por não haver atentados 14%; citam uma maior união entre os Brasileiros 5% e dizem que o povo Brasileiro está gastando mais dinheiro com turismo dentro de seu próprio país 3%.

Quando indagados sobre qual é a primeira coisa que lhes vêm à cabeça quando pensam nos EUA, a maioria (62%) dos paulistanos cita aspectos negativos. Desses, 25% citam, de imediato, a guerra. Percentual semelhante (23%), aliás, afirma ser a guerra o que os EUA têm de pior.

Outras imagens que vêm à mente dos paulistanos quando se fala nos EUA remetem ao atual clima de guerra; entre outras, destacam-se imperialismo (6%), atentados terroristas (5%), medo, caos, violência, arrogância e tristeza (citadas por 2%, cada).

O clima de guerra também influencia a opinião dos paulistanos sobre o que os EUA têm de pior: além da citação explícita já mencionada acima, os entrevistados também mencionam a prepotência ou arrogância dos norte-americanos (11%), a ideia de que eles querem mandar no mundo, terrorismo (7%, cada), ganância (5%) e racismo (4%).

É interessante notar que entre os paulistanos com nível superior de escolaridade e renda familiar mensal superior a 20 salários mínimos a opinião de que a prepotência ou arrogância dos norte-americanos são o que os EUA têm de pior chega a cerca de um quarto dos entrevistados, superando as menções à guerra. As afirmações de que os EUA querem mandar no mundo e à sua ganância também ficam acima da média nesses segmentos.

O sentimento de que os EUA dominam o mundo e são arrogantes também surge quando se pergunta aos paulistanos sobre os motivos dos atentados terroristas de 11 de setembro, em respostas que de certa maneira justificam os ataques como uma resposta ao poderio norte-americano e sua influência no mundo.

As referências ao poder político e econômico dos EUA chegam a 28%, sendo citados, entre outros aspectos, o fato de se tratar de uma grande potência que domina o mundo, o fato de ser um país com grande poder econômico que não ajuda os países mais pobres e a interferência em assuntos de outros países. Referências à vingança (por terem atacado muitos países, por apoiarem Israel, por terem interferido no Golfo Pérsico, entre outras razões apontadas) chegam a 15%. Motivos religiosos somam 9% e a opinião de que os EUA terem sido atacados por causa de sua prepotência é compartilhada por 6%.

Pensar no Brasil também traz imagens negativas para a maioria (64%) dos paulistanos, dentre as quais se destacam desemprego (12%), pobreza (8%), violência e corrupção (7%).

No entanto, o fato do Brasil ser um país sem guerras e ter um povo solidário e amigável são as respostas mais frequentes quando se pergunta aos paulistanos o que o país tem de melhor, sendo citadas por 16% e 15% dos entrevistados, respectivamente. A imagem de um país pacífico também aparece com maior frequência quando se pergunta o que vêm à cabeça dos paulistanos ao se falar em Brasil: 7% pensam em um país sem guerra, e percentual idêntico em um país "maravilhoso para se viver".

A propósito, a percepção do Brasil como um país ótimo ou bom para se viver cresceu, entre os moradores da cidade de São Paulo, de 60% em junho deste ano para 71% na presente pesquisa. Em sintonia com esse sentimento, a taxa dos paulistanos que afirmam ter mais orgulho do que vergonha de ser Brasileiro cresceu de 75% para 86% no mesmo período.

Indagados especificamente sobre como se sentem após os atentados terroristas do dia 11 de setembro 74% afirmam que passaram a sentir mais orgulho do que vergonha de ser Brasileiros.

Para 49%, depois dos atentados, os norte-americanos passaram a sentir mais orgulho do que ser vergonha de sua nacionalidade; por outro lado, para cerca de um terço (34%) dos entrevistados, os cidadãos dos EUA passaram a sentir mais vergonha do que orgulho.

É curioso verificar, no entanto, que a maioria (57%) concorda com a afirmação de que os norte-americanos gostam mais dos EUA do que os Brasileiros gostam do Brasil.

Outro contraste apontado pela pesquisa: cerca de metade (53%) concorda com a frase que diz que os americanos são mais unidos do que os Brasileiros. Porém a maioria (70%) dos entrevistados concorda com a afirmação de que, se os atentados terroristas tivessem acontecido no Brasil, os Brasileiros teriam sido mais solidários do que os norte-americanos (50% concordam totalmente e 20% em parte).

Acham que os EUA continuam tão poderosos como eram antes dos atentados 62% dos paulistanos, sendo que 47% concordam totalmente e 16% concordam parcialmente com a afirmação.

Maioria recusaria propostas de trabalho ou estudo nos EUA hoje

Além de mudar a imagem que grande parte dos paulistanos têm dos Estados Unidos, os atentados de 11 de setembro também mudaram os planos de estudo e trabalho de considerável número de entrevistados.

Cerca de metade (49%) dos paulistanos que já tiveram vontade de estudar fora do Brasil mas mudaram de ideia tinham como objetivo um curso nos Estados Unidos.

Embora a causa mais citada para a mudança de planos tenha sido a falta de dinheiro (razão mencionada por 37%), 16% apontam o medo da guerra e do terrorismo como motivo para mudar de ideia quanto a estudar no exterior.

Também é expressivo (42%) o percentual de paulistanos que pretendiam trabalhar nos Estados Unidos mas voltaram atrás. O medo da guerra e do terrorismo como causa para a mudança de planos nesse sentido foi apontado por 10%. Nesse caso os motivos apontados com maior frequência para a mudança de ideia referem-se a condições desfavoráveis de trabalho no exterior, mencionados por 26% dos entrevistados.

Outras perguntas feitas aos paulistanos mostram de maneira ainda mais impactante o medo nesse mundo em clima de guerra: a maioria recusaria propostas para estudar ou trabalhar nos EUA hoje. Caso ganhassem uma bolsa de estudos para um curso nos EUA, 61% recusariam a bolsa e ficariam no Brasil; uma proposta de trabalho nos EUA seria recusada por 60% dos entrevistados.

Além disso, fazer cursos e trabalhar no exterior se tornou algo menos importante para a felicidade da maioria (55% em ambos os casos) dos entrevistados.

*Paulistanos aprovam desempenho do governo americano na crise, mas condenam ataques ao Afeganistão
Se fosse no Brasil, 49% acham que atuação de FHC seria pior que a de Bush*

Os paulistanos têm uma imagem mais positiva do que negativa a respeito do desempenho do governo norte-americano em relação aos atentados terroristas e suas consequências.

Considerando-se alguns aspectos do combate ao terrorismo percebe-se que as taxas de aprovação ao desempenho do governo norte-americano ficam em torno de 40%, no geral.

Para 47%, o governo dos EUA vem sendo ótimo ou bom nas investigações dos atentados e 46% aprovam o desempenho dos norte-americanos na prevenção de novos ataques.

As medidas tomadas depois dos atentados são consideradas ótimas ou boas por 42%, mesmo percentual dos que aprovam a proteção à população contra armas biológicas. Percentual ligeiramente menor (38%) considera ótimo ou bom o desempenho do governo dos EUA em relação ao combate às armas biológicas.

Ao considerar a hipótese de que os atentados tivessem acontecido no Brasil, cerca de metade (49%) dos entrevistados afirmam que a atuação do presidente Fernando Henrique Cardoso diante do problema teria sido pior do que a do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.

Levando-se em consideração os mesmos aspectos de combate ao terrorismo sobre os quais perguntou-se a respeito do desempenho do governo norte-americano, percebe-se, de maneira geral, um maior número de paulistanos que acha que o desempenho do governo Brasileiro seria pior do que o do governo norte-americano. Cerca de um terço, de maneira geral, acha que o desempenho do governo de seu país seria igual ao norte-americano.

Para cerca de metade (50%), por exemplo, o desempenho do governo Brasileiro seria pior do que a atuação do governo norte-americano nas investigações dos atentados. Indagados sobre como seria o desempenho governo do Brasil no combate às armas biológicas, 48% afirmam que ele seria pior do que o dos EUA; percentual idêntico acha que o governo Brasileiro seria pior do que o norte-americano na proteção à população contra esse tipo de ameaça.

Na opinião de 46% o governo Brasileiro se sairia pior do que o norte-americano na prevenção de novos atentados, e para 41% dos paulistanos as medidas tomadas pelo governo de seu país depois dos atentados seriam piores do que as adotadas pelo governo dos EUA.

Embora verifique-se na cidade de São Paulo uma imagem mais positiva do que negativa a respeito do desempenho do governo norte-americano em relação às medidas tomadas contra o terrorismo dentro do país, a maioria (68%) dos paulistanos acha que George W. Bush agiu mal ao atacar o Afeganistão. Para 27% o presidente norte-americano agiu bem ao ordenar os ataques.

*Para 48%, o governo de George W. Bush é considerado ótimo ou bom por norte-americanos
Fernando Henrique Cardoso é reprovado por 39% dos paulistanos*

A opinião que os paulistanos tem sobre o desempenho do presidente Fernando Henrique Cardoso é quase o inverso da imagem que eles têm em relação à avaliação que os norte-americanos fazem do presidente George W. Bush.

Enquanto Fernando Henrique Cardoso é reprovado por 39% dos paulistanos, 48% deles acham que os norte-americanos aprovam o desempenho de George W. Bush; enquanto 19% consideram ótimo ou bom o governo de Fernando Henrique Cardoso, 14% acham que Bush é reprovado por seus compatriotas.

A taxa de reprovação a Fernando Henrique Cardoso entre os paulistanos, no entanto, caiu oito pontos desde junho, quando 47% consideravam seu desempenho ruim ou péssimo. O percentual de aprovação ao presidente cresceu de 14% para 19% e a dos que consideram seu desempenho regular oscilou de 38% para 41% no mesmo período.

*Paulistanos passam a valorizar mais a fé religiosa
60% dizem que viajar para outros países se tornou menos importante depois de 11 de setembro*

Os atentados de 11 de setembro interferiram decisivamente nos sentimentos dos paulistanos em relação a alguns aspectos da vida.

Chega a 60% a taxa dos que afirmam que, depois dos atentados, a paz entre os países se tornou algo mais importante para sua felicidade; para 56% a fé religiosa adquiriu maior importância nesse aspecto.

Outros itens que se destacam por terem adquirido maior importância para a obtenção de felicidade são liberdade (citada por 46%) e ter amigos (fator mencionado por 42%).

Por outro lado, para 60% viajar para outros países se tornou algo menos importante para a felicidade após os atentados e, como foi citado anteriormente, fazer cursos e trabalhar no exterior se tornou algo menos importante para a felicidade da maioria dos entrevistados. (55%).

Afirmam que os filhos se tornaram mais importantes para a obtenção de felicidade 38%; a estabilidade no emprego ganhou maior importância nesse sentido para 27%.

A maioria afirma que a importância de aspectos como realização profissional (56%), lazer (59%), casamento (64%), dinheiro (57%), independência financeira (57%) e fazer compras (63%) continuou igual após os atentados.

Para 75% os atentados nos Estados Unidos e seus desdobramentos não tiveram ou terão interferência em sua vida pessoal; na opinião de 69% os ataques não afetarão sua vida profissional e 67% negam interferência em seus hábitos de consumo de um modo geral.

No entanto, 70% afirmam que os atentados prejudicarão o Brasil, de um modo geral, e chega a 80% a taxa dos que dizem que a economia Brasileira será prejudicada pelos ataques de 11 de setembro.

Para 50% a política Brasileira será prejudicada pelos atentados terroristas; na opinião de 59%, porém, a eleição para presidente em 2002 não será afetada pelos ataques de 11 de setembro.

69% dos paulistanos temem contaminação por antraz

A maioria dos paulistanos tem medo que o antraz, que, depois dos atentados de 11 de setembro foi utilizado para contaminar dezenas de pessoas nos EUA, chegue ao Brasil, e acredita que existe chance disso acontecer.

Chega a 69% a taxa de paulistanos que têm medo que casos de contaminação por antraz cheguem ao Brasil (42% afirmam ter muito e 27% um pouco de medo). Um terço (30%) dos entrevistados afirma não ter medo que isso aconteça.

O percentual dos que acreditam que existe chance de contaminação por antraz no Brasil é similar ao dos que têm medo que isso aconteça. Para 70% existe chance que o antraz seja utilizado para contaminar pessoas no Brasil: 19% consideram que existe grande chance disso acontecer, para 27% essa chance é média e para 24% pequena. Na opinião de 27% não existe chance do antraz ser utilizado no Brasil.

Em São Paulo, Osama Bin Laden é tão conhecido quanto George W. Bush

O percentual de paulistanos que, indagados a respeito de quem é o principal acusado pelos ataques de 11 de setembro, citam Osama bin Laden, é idêntico ao dos que sabem dizer que George W. Bush é o presidente dos EUA: 70% dos entrevistados responderam corretamente a ambas indagações.

Fernando Henrique Cardoso, por sua vez, é reconhecido como presidente do Brasil por 91% dos entrevistados.

73% dos que ganham mais de 20 S.M. descartam viagens ao exterior

A maioria dos paulistanos não tem planos de viajar nos próximos meses, seja no Brasil, seja para o exterior.

Chega a 90% a taxa dos que dizem que não existe nenhuma chance de que eles venham a comprar pacotes turísticos ou passagens aéreas para o exterior nos próximos seis meses.

Entre os entrevistados que fazem parte dos segmentos que costumam viajar com maior frequência para o exterior essa taxa fica abaixo da média, mas ainda é bastante expressiva: 73% dos que têm renda familiar mensal igual ou superior a 20 salários mínimos e 77% dos que têm nível superior de escolaridade descartam a compra de pacotes turísticos ou de passagens aéreas para o exterior.

Já em relação a viagens no Brasil, 69% dizem que não existe chance de que venham a comprar passagens aéreas ou pacotes turísticos com esse objetivo.

Um terço (30%) afirma que existe chance de que isso venha a acontecer (11% dizem que existe grande chance, 12% que essa chance é média e 7% que ela é pequena).

Entre os paulistanos com nível superior de escolaridade chega a 56% a taxa dos que dizem existir chance de comprar passagens aéreas ou pacotes turísticos para viagens no Brasil nos próximos seis meses. Entre os que têm renda familiar mensal superior a 20 salários mínimos essa taxa é de 50%.

Chega a 26% a taxa dos que dizem que, caso tivessem que viajar de avião nos próximos dias, teriam medo por causa dos atentados terroristas. A maioria (54%), no entanto, afirma que não teria medo e 19% dizem que teriam medo porque costumam sentir medo de viajar de avião, independente dos atentados.

Maioria não desistiu de comprar produtos ou bens depois dos atentados terroristas

O Datafolha também ouviu os paulistanos sobre seus hábitos de consumo em relação a alguns produtos após os atentados de 11 de setembro.

A grande maioria (95%) dos paulistanos não desistiu de comprar algum produto ou bem por causa dos atentados nos EUA. Não se verificam contrastes consideráveis quando os resultados são analisados tendo em vista escolaridade, renda e classificação socioeconômica dos entrevistados.

Considerando-se alguns produtos em particular, verifica-se que chega a 37% a taxa dos que dizem ter consumido menos produtos eletroeletrônicos e a 36% a dos que afirmam ter comprado menos eletrodomésticos nos últimos dois meses.

É preciso lembrar que o país tem vivido, no segundo semestre deste ano, um racionamento de energia elétrica. Além disso, tais produtos são, entre os pesquisados, os de maior valor.

Consumiram menos roupas e calçados 26%, e menor quantidade de congelados 25%. É importante notar, no entanto, que 14% dos paulistanos afirmam não consumir produtos congelados.

As taxas mais expressivas em relação à manutenção do consumo nos mesmos níveis de dois meses atrás se referem a produtos de higiene pessoal (80%), de limpeza (77%) e alimentos em geral (75%).

Passaram a consumir mais livros nos últimos dois meses 10% dos paulistanos; 21% afirmam ter comprado menos livros nesse período e 52% dizem que mantiveram o mesmo nível de consumo de antes de setembro. Dizem que não costumam comprar livros, no entanto, 16% (taxa que chega a 23% entre os que têm até o 1º grau e entre os que pertencem às classes D e E).

As taxas que se referem a CDs são similares às verificadas em relação aos livros: 9% passaram a consumir mais, 23% menos e 52% mantiveram o mesmo nível de consumo. Afirmam que não costumam comprar CDs 15%.

De maneira geral, como seria de se esperar, a afirmação de que o consumo se manteve nos mesmos níveis fica acima da média entre os paulistanos que têm melhores condições socioeconômicas (nível superior de escolaridade, renda familiar mensal superior a 20 salários mínimos e pertencentes às classes A e B).

Para 45% qualidade de produtos nacionais é igual à dos importador

Para 37% dos paulistanos os produtos Brasileiros têm uma qualidade melhor do que a dos produtos importados. Na opinião de 45% a qualidade dos produtos nacionais é igual à dos importados. Para 12% os produtos Brasileiros têm qualidade inferior à dos importados.

A imagem de que os produtos nacionais são melhores do que os importados chega a 46% entre os que estudaram até o 1º grau e a 41% entre os que pertencem às classes D e E.

Por outro lado, entre os paulistanos com renda familiar superior a 20 salários chega a 27% a taxa dos que consideram os produtos Brasileiros piores do que os importados; entre os que têm nível superior de escolaridade 24% têm essa opinião.

Afirmam ter comprado produtos importados nos últimos dois meses 11% dos paulistanos - taxa que chega a 36% entre os que têm renda familiar igual ou maior do que 20 salários mínimos, a 30% entre os que têm nível superior de escolaridade e a 21% entre os que fazem partes das classes A e B.

Não compraram produtos importados nesse período 89%.

Cerca de um terço (28%) dos entrevistados afirmam que não vão comprar presentes de Natal este ano - mesmo percentual dos que dizem que comprarão menos presentes. São 29% os que afirmam que vão comprar a mesma quantidade e 12% os que dizem que comprarão mais presentes de Natal.

A maioria (56%) afirma que a qualidade dos presentes será igual a dos comprados no ano passado. Afirmam que a qualidade será melhor 27%, e dizem que comprarão presentes piores 12%.

*61% acham que situação econômica do país está pior do que há dois meses
47% acham que situação piorará nos próximos meses*

Para a maioria (61%) dos paulistanos a situação econômica do país está pior do que há dois meses. Percentual menor, embora expressivo (42%) considera que sua situação econômica pessoal está pior.

A maioria também acredita que, nos próximos meses, a inflação vai aumentar (opinião de 77%), assim como o desemprego (pensamento de 76%) e que o poder de compra dos salários vai diminuir (57% têm essa opinião).

Em relação à inflação e o desemprego não verificam-se maiores alterações em relação à pesquisa realizada entre os paulistanos em junho.

Naquela ocasião 76% acreditavam no aumento da inflação e 77% no incremento do desemprego.

Em relação ao poder de compra 53% achavam que ele iria diminuir, taxa quatro pontos inferior à verificada na presente pesquisa.

Para 47% a situação econômica do país vai piorar nos próximos meses. Na opinião de 32% ela vai permanecer igual e na de 20% vai melhorar.

Em relação à sua própria situação econômica, 38% acreditam que ela vai melhorar, 24% que vai piorar e 34% que vai ficar como está.