Para 49% corrupção diminuiu depois da posse de Marta Suplicy; para 41% ela continua igual

DE SÃO PAULO

Para 49% dos paulistanos a corrupção na administração municipal diminuiu depois da posse de Marta Suplicy - que sucedeu no cargo a um prefeito que foi investigado por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) e chegou a ser afastado da prefeitura em virtude de denúncias que o envolviam em casos de corrupção. No entanto, expressivos 41% acreditam que a corrupção continua igual.

Tal resultado assemelha-se à taxa dos que acreditam na existência de corrupção no governo Marta Suplicy (37%). Para 42% não existem casos de corrupção nessa administração e cerca de um quinto (21%) dos paulistanos não sabe dizer se existe ou não corrupção na administração da prefeita.

Durante o governo de Celso Pitta duas pesquisas realizadas pelo Datafolha mostraram que quase a totalidade dos paulistanos acreditava na existência de corrupção no Poder Executivo Municipal. Em 1999, 95% afirmavam que existia corrupção no governo Celso Pitta. Naquela ocasião uma CPI na Câmara Municipal de São Paulo investigava a chamada "máfia da propina", um esquema da corrupção que envolvia fiscais da prefeitura, camelôs, comerciantes e vereadores. Em fevereiro do ano seguinte, quando o prefeito enfrentava acusações de envolvimento em corrupção por parte de sua ex-esposa, Nicéa Camargo, 94% tinham essa opinião.

Marta Suplicy, há três meses na prefeitura, já enfrenta a ameaça de uma CPI para investigar a questão do lixo na cidade, em razão da contratação emergencial de empresas de limpeza urbana no início do ano. Para cerca de um terço (29%) dos paulistanos foram cometidas irregularidades nessa contratação. Percentual semelhante (31%) acha que não foram cometidas irregularidades na contratação dessas empresas. Porém expressivos 40% não sabem dizer se foram cometidas irregularidades ou não.

Entre os que tomaram conhecimento da polêmica em torno dessa questão chega a 45% a taxa dos que acham que foram cometidas irregularidades -entre os que tomaram conhecimento e se dizem bem informados sobre o assunto 52% têm essa opinião e 40% acham que não foram cometidas irregularidades.

A ampla maioria (77%) dos paulistanos é favorável à convocação de uma CPI para investigar a contratação de emergência das empresas de limpeza urbana pela prefeitura em janeiro. Entre os que não tomaram conhecimento da polêmica chega a 80% a taxa dos que são favoráveis à CPI. Entre os que tomaram conhecimento essa taxa é de 74%.

Na zona Sul 1 (clique no mapa da home page), onde a reprovação à prefeita fica seis pontos acima da média, chega a 90% a taxa dos que são favoráveis à convocação da CPI. Já na zona Oeste, onde a prefeita é aprovada por 41% (sete pontos acima da média), chega a 29% a taxa dos que são contrários à convocação de uma CPI.

Para 47% dos paulistanos a prefeita Marta Suplicy tem combatido a corrupção durante esses três primeiros meses de governo. Para 42%, pelo contrário, a prefeita não tem combatido a corrupção. Entre os que tomaram conhecimento da polêmica sobre a contratação de emergência das empresas de limpeza urbana e se dizem bem informados sobre o assunto chega a 61% a taxa dos que afirmam que a prefeita tem combatido a corrupção.