41% dos brasileiros acreditam em aumento da inflação

DE SÃO PAULO

Otimismo em relação à situação econômica pessoal é recorde

Nesta virada de ano, que marca a passagem para a segunda metade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 41% dos brasileiros acreditam que a inflação, daqui para a frente, vai aumentar, taxa sete pontos superior à verificada um ano atrás, em dezembro de 2003, quando Lula completava um ano no cargo. Tal índice de expectativa de inflação, no governo Lula, só perde para o registrado após três meses de mandato do presidente petista, no final de março, começo de abril de 2003, quando 44% acreditavam no aumento inflacionário.

O percentual de brasileiros que acham que a inflação vai diminuir (19%), por outro lado, é hoje seis pontos inferior à registrada há um ano (25%), e a menor já verificada pelas pesquisas do Datafolha ao longo do governo Lula.

Na opinião de 33%, daqui para a frente, a inflação vai ficar como está - taxa três pontos menor do que a verificada em dezembro do ano passado.

A expectativa dos brasileiros quanto ao desemprego, por sua vez, se mantém estável em relação à pesquisa realizada no final do ano passado, tendo sido registradas oscilações, dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais, para mais ou para menos: a taxa dos que acham que o desemprego vai aumentar oscilou de 38% para 36%, a dos que acham que ele vai aumentar foi de 37% para 38% e a dos que acreditam que vai ficar como está passou de 21% para 20%.

Os brasileiros, porém, estão mais otimistas quanto ao aumento do poder de compra dos salários: 39% acham que ele vai aumentar, taxa quatro pontos maior do que a verificada há um ano, ante 28% que pensam que vai diminuir, taxa quatro pontos abaixo da verificada na pesquisa de dezembro de 2003.

Acham que o poder de compra dos salários vai ficar como está 29%; há um ano, eram 31%. A variação representa uma oscilação dentro da margem de erro da pesquisa.

Para 48% dos brasileiros a situação econômica do país vai melhorar nos próximos meses, taxa quatro pontos inferior à verificada em outubro de 2003; para 11%, a situação da economia nacional vai piorar e, para 35%, ficar como está. Em outubro do ano passado essas taxas eram de, respectivamente, 13% e 33%; ou seja, oscilaram, dentro da margem de erro da pesquisa.

Quando se trata da sua própria situação econômica, porém, os brasileiros demonstram otimismo inédito: para 65% ela vai melhorar nos próximos meses, taxa nove pontos superior à registrada em outubro de 2003, e a maior já verificada ao longo do governo Lula. Acham que sua situação econômica pessoal vai piorar 6%, quatro pontos a menos do que em outubro do ano passado, e que vai ficar como está 24%, sete pontos a menos do que na pesquisa anterior. Em ambos os casos se tratam das menores taxas registradas durante o governo do petista.

Pensando em suas vida pessoal, de modo geral, 52% dizem que ela foi melhor em 2004 do que em 2003, e 79% acham que ela vai melhorar em 2005.

Quanto à vida do país, 44% acham que ela foi melhor neste ano que acaba do que no ano passado, e 71% acreditam que será melhor no ano que vem.

Metodologia

A pesquisa do Datafolha é um levantamento por amostragem estratificada por sexo e idade com sorteio aleatório dos entrevistados. O conjunto da população acima de 16 anos do país é tomada como universo da pesquisa e dividido em quatro sub-universos que representam as regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Norte/Centro-Oeste.

Em cada sub-universo os municípios são agrupados de acordo com a localização e o nível sócio-econômico. Dentro de cada grupo são sorteados municípios estratificados pelo porte correspondente. Através de um processo de sorteios sucessivos, chega-se ao bairro, a rua e ao indivíduo.

Desta forma a pesquisa fornece resultado para o Brasil, regiões, porte e natureza dos municípios que podem ser generalizados dentro de certos limites estatísticos.

Nesse levantamento realizado entre os dias 14 a 17 de dezembro de 2004, foram entrevistadas 4291 pessoas em 154 municípios de todas as unidades da Federação. A margem de erro máxima decorrente desse processo de amostragem é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%. Isto significa que se fossem realizados 100 levantamentos com a mesma metodologia, em 95 os resultados estariam dentro da margem de erro prevista.

Essa pesquisa é uma realização da Gerência de Pesquisas de Opinião do Datafolha.

São Paulo, 23 de dezembro de 2004