77% dos que trabalham não têm conhecimento de língua estrangeira

DE SÃO PAULO

Escolas de Idiomas e Intercâmbio são as melhores maneiras para aprender um idioma

Levantamento realizado pelo Datafolha revela que 77% dos que trabalham na cidade de São Paulo não têm conhecimento de uma língua estrangeira, e a maioria deles (67%) gostaria de aprender um idioma. A pesquisa realizada junto a 615 moradores da cidade de São Paulo acima de 16 anos, foi feita no dia 08 de outubro de 2004 e a margem de erro é de 4 pontos percentuais.

Para 59% dos entrevistados que trabalham, ou seja, que fazem parte da População Economicamente Ativa (PEA), fazer cursos em escola de idiomas é a melhor maneira para se aprender uma língua estrangeira. Cursos no exterior, também conhecido como intercâmbio, é a melhor forma de aprender uma língua para 14% deles.

Por outro lado, "o bolso" do trabalhador é que proporciona a maior dificuldade para se aprender um idioma; 48% citam problemas financeiros quando questionados sobre a maior dificuldade para se aprender uma língua estrangeira. Foram citados também o preço de cursos de idiomas (10%), a pronúncia com as palavras (9%), a falta de tempo (8%) e a gramática (4%).

Falam, leem ou escrevem em outro idioma 23% dos que trabalham, sendo que 79% deles se dizem satisfeitos com o idioma que conhecem. Dos trabalhadores que falam, lêem ou escrevem um idioma, 17% têm conhecimento da língua inglesa e 8% da espanhola. Citam o francês e o italiano 3%, cada.

Dos que fazem parte da PEA e têm conhecimento de uma língua estrangeira, 80% gostariam de falar, escrever ou ler algum outro idioma além do que já conhece. Dentre as línguas que gostariam de conhecer destacam-se o espanhol (36%) e o francês (20%).

Inglês, espanhol e francês foram consideradas as três línguas mais importantes no mercado de trabalho hoje. Citam a língua inglesa 94% dos que trabalham, a espanhola 78% e o francês 33%.

A maioria (96%) dos entrevistados que trabalham acha importante que um profissional saiba falar a língua inglesa e parcela significativa deles (94%) considera importante que um profissional saiba falar outras línguas além do inglês.

Grande parte (92%) dos trabalhadores ouvidos pelo Datafolha, nunca passou por uma entrevista de trabalho em outro idioma. Afirmam que passaram por entrevista em outra língua 7% dos que fazem parte da PEA, sendo que 5% foram entrevistados em inglês.

Conquistaram uma oportunidade de trabalho por terem conhecimento de uma língua estrangeira, 6% dos trabalhadores entrevistados e para 3% a língua exigida pela empresa era o inglês. Entretanto, 22% dos entrevistados que fazem parte da PEA, perderam oportunidade de trabalho por não conhecerem uma língua estrangeira. Segundo 19% desses entrevistados a principal língua exigida também era o inglês.

Perfil do entrevistado que trabalha (PEA)

O Datafolha ouviu 615 moradores da cidade de São Paulo com idade igual ou superior a 16 anos. Desses 70% trabalham, sendo assim parte da População Economicamente Ativa (PEA).

São assalariados registrados 20%, free-lancers 12% e assalariados sem registro 10%. Os autônomos somam 8%, funcionários públicos 3% e 1% são empresários. Apesar de desempregados, os que ainda procuram emprego fazem parte da PEA e somam 14% dos entrevistados.

Considerando o tipo de empresa que trabalha, metade (53%) exerce sua profissão em empresa nacional, 18% trabalham por conta própria e 11% dizem que o local de trabalho é público. Trabalham para pessoa física 8% dos entrevistados e 4% têm cargo em multinacional. Dizem que a empresa que trabalha é mista 3% e 1% diz trabalhar em ONG.

Os homens representam 54% dos entrevistados que trabalham e 46% são mulheres. Os que têm entre 16 e 25 anos são 28%, de 26 a 40 anos 43% e 29% deles têm 41 anos ou mais. Cursaram o ensino fundamental 44%, mesmo percentual do que cursaram o ensino médio e 13% têm grau superior de escolaridade.

A renda família mensal de 64% dos trabalhadores é de até 5 salários mínimos. Têm renda familiar entre 5 e 10 salários mínimos 18% e possuem renda maior de 10 salários mínimos 14%.

Fazem parte da classe A/B, 31%, 45% da classe C e 24% pertencem às classes D ou E.

Metodologia
Pesquisa quantitativa, com abordagem pessoal em ponto de fluxo, mediante aplicação de questionário estruturado.
O processo amostral foi aleatório e sistemático, com base na população acima de 16 anos da cidade de São Paulo.

Universo:
Moradores da cidade de São Paulo com 16 anos ou mais.

Amostra:
Foram realizadas 615 entrevistas

Margem de erro:
4 pontos percentuais para mais ou para menos para amostra

São Paulo, 18 de outubro de 2004.